Produção maior com modelo agroflorestal

Share on facebook
Share on whatsapp
Share on twitter
Share on email

Novo uso da terra ajuda agricultores a desenvolver negócio sustentável

da Folha de Pernambuco – Augusto Leite

COM AVANÇOS, sr. Jones aumentou em mais de sete vezes produção de coco

folha-permambuco-28062010 Transformar algo ecologicamente correto em um negócio sustentável e rentável parece longe da realidade de muitas empresas. No ramo agrícola, isto é possível. Pelo menos é o que sugere um modelo chamado de agroflorestal. Ele consiste no uso da terra combinando espécies de árvores com cultivos agrícolas e animais, capazes de captar nutrientes do solo, segundo o Sistema de Informações Agroflorestais (Sisaf), elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). E é assim que Jones Severino Pereira – agora empresário – ganha a vida há mais de 15 anos.

“No começo, a vizinhança achava que eu tinha endoidado, porque as pessoas passavam na frente e viam o terreno cheio de mato. Quando surgiram os avanços, passei a tirar 500 cocos dos mesmos 40 pés que antes davam no máximo 70”, conta. Isso não é nada. Hoje, do Sítio São João, em Abreu e Lima, do qual ele é dono, saem 13 mil quilos de alimentos e 40 metros cúbicos de madeira por ano. A produção é garantida por mais de 75 espécies de plantas e uma diversidade de animais que o agricultor não consegue sequer estimar.

As flores não brotaram tão facilmente na vida de Sr. Jones. A inovação partiu por necessidade, já que o solo estava improdutivo e a família vivia da apicultura – criação de abelhas. Atualmente, ainda retiram 500 mil litros de mel todo ano, mas esta não é mais a principal atividade de sustento. “O sistema convencional monocultivo fez com que o solo chegasse a um ponto em que ficou completamente degradado. Na época (até 1993), se eu ganhasse dinheiro, comprava adubo e produzia. Só que não era mais viável. Ia cair num ciclo vicioso. Sempre dependeria de adubo e a natureza não funciona dessa forma”, aponta.

O empresário lembra que “nos primeiros três anos de experiência (agroflorestais) foram mais erros do que acertos”. A situação melhorou mesmo com a ajuda do Centro Sabiá, uma organização não-governamental que assessora famílias agricultoras em Pernambuco. Tanto trabalho, esforço e boa vontade levaram a área de um hectare do Sítio São João a ser reconhecida internacionalmente. De 1999 para cá, já foram mais de 3,5 mil pessoas visitando o local, muitas delas fazendo intercâmbios ou estágios.

original: http://www.folhape.com.br/index.php/caderno-economia/576761

Sítio São João
Telefone: 3541-9083

Deixe um comentário: