Mostra um pequeno trecho sobre a extração de polpa de palmeira Jussara como alternativa econômica para a Mata Atlântica.
Edição do dia 27/05/2008.
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Transcrição:
Um levantamento divulgado nesta terça sobre o que resta da Mata Atlântica brasileira mostrou que o ritmo da devastação diminuiu, mas não há o que festejar.
O Brasil destruiu um tesouro e o pouco que restou está ameaçado. É a conclusão do atlas feito a cada cinco anos pela fundação S.O.S. Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Entre 2000 e 2005, 1.748 km² de mata foram destruídos. Equivalem as áreas somadas de Curitiba, Rio de Janeiro e Vitória. Os estados que mais desmataram foram Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia e Paraná.
Quando o país foi descoberto, a Mata Atlântica tinha 1,36 milhão de km². Hoje, tem 95,6 mil km². A única boa notícia é a queda no ritmo da destruição. A área desmatada nesses cinco anos foi um terço da revelada na pesquisa anterior.
“O maior desafio é fazer com que a proteção da Mata Atlântica seja um negócio. O que nós precisamos fazer é com que o desenvolvimento aconteça aliado à conservação dos remanescentes florestais, a conservação da natureza”, declarou Márcia Hirota, coordenadora do atlas.
Em Ubatuba, no litoral de São Paulo, um dos motivos da destruição da Mata Atlântica foi a extração do palmito. A árvore, a palmeira jussara, está ameaçada de extinção porque era a única fonte de renda de muitas famílias.
Mas transformar pressão de desmatamento em solução, nem foi tão difícil. Bastou descobrir que o pequeno fruto pode ser uma boa solução. Ele cresce lá no alto da árvore e rende muito mais do que a extração do palmito.
Quando a árvore é cortada, dá apenas um palmito, que é vendido clandestinamente por R$ 2. A mesma palmeira produz, por ano, cinco quilos de frutos parecidos com o açaí. Eles podem render, dentro da lei, dois quilos e meio de polpa que custam R$ 20.
A árvore fica viva para produzir novos frutos e o que sobra é vida em forma de semente. “Espalha na mata ou planta num saquinho, a gente vai ter sempre umas palmeiras, sempre uma jussara e o meio ambiente vai adorar”, disse a cozinheira Laura de Jesus Braga.