Produção artesanal de farinha de mandiocaFarinha de mandioca produzida na Oca em Alto Paraíso de Goiás. Abaixo você pode acompanhar as várias etapas do processo. MandiocaA farinha pode ser tanto produzida com mandiocas mansas (macaxeira) como bravas. As diferenças entre elas são: a concentração de ácido cianídrico - pode chegar a matar grandes animais; e a produtividade - variedades bravas são mais produtivas. Baixas concentrações são toleradas e são facilmente evaporadas durante o cozimento (mandioca mansa ou macaxeira) já que o ácido cianídrico é volátil. Altas concentrações precisam de mais tempo e/ou mais calor para evaporarem do que simples cozimento (a mandioca brava). A mandioca tem sua época certa de ser colhida, quando a raiz já está crescida - dependendo da variedade, da fertilidade e do clima, ela pode boa dentro de poucos meses até alguns anos - e quando ela não está vegetando (quando ela "enxuga"), assim ela cozinha rápido e desmancha. O processo de produção de farinha aceita mandioca de menor qualidade do que a de mesa.
Descascar e lavarPara fazer se fazer farinha se pode tirar apenas a casca, deixando a entrecasca. A produção é maior, mas de menor qualidade. A entrecasca dá uma cor mais escura para a farinha.
Em seguida a mandioca é lavada, com uma escova para retirar a terra.
RalarA mandioca lavada é levada para ser ralada. Existem diversos modos de ralar a mandioca artesanalmente: usando um tronco jovem de Angico; um ralador de metal; um ralador de tambor, um desintegrador, etc.
Lavar a massa para extrair o polvilhoA massa da mandioca ralada é depois lavada para extrair o polvilho (amido puro) da mandioca. Esse é um processo que não obrigatório, mas é comumente feito pois o polvilho é um produto de bom preço e muito apreciado. A farinha feita com a massa "integral" é muito mais rica, mais "liguenta". Quanto mais a massa é lavada - o processo pode ser repetido diversas vezes - mais a farinha resultante vai ficar seca e pobre. O processo normal fica entre esses dois extremos. Clique aqui para ver o processo de extração do polvilho e também do tucupi. Presagem da massaA massa passa em seguida para a prensagem, para retirar o máximo de umidade da massa ficando mais fácil o processo posterior de secagem. Existem diversos modos de prensas: com pesos, hidraulilcas, o tipiti indígena, etc.
Outros tipos de prensagens:
SecagemNa fase seguinte a massa é passada numa peneira grossa para facilitar o processo de secagem e resultar numa farinha mais fina. A parte que não passa na peneira, chamada de crueira, pode ser dada aos animais, ser usada diretamente em receitas ou voltar ao desintegrador para ser ralado novamente.
Em seguida a massa solta é colocado no forno para secagem. O forno pode ser feito de chapa de ferro - redondo, retangular - ou mesmo de lajes de pedra juntadas com barro. O calor normalmente é provido por lenha colocada debaixo da chapa. A massa pode ser mexida por pás mecanicas ou manualmente. Essa é a fase que exige maior experiência e atenção pois são muitos os detalhes para um processo bem sucedido: intensidade do fogo, rapidez no mexer, a quantidade de massa por lote, o ponto certo da farinha, etc.
FarinhaA farinha está pronta! É só esfriar e ensacar.
Aproveita-se a oportunidade e o forno para fazer um pouco de beiju para os trabalhadores do mutirão.
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